A História da Consciência, um thread
A História da nossa Consciência, pt. 2
Ao manipular os sentimentos do animal, o Software de Sobrevivência Animal garante que ele trabalhe sempre em direção dos objetivos dos seus genes.
Os genes precisam que o animal conserve o máximo de energia que ele puder, então o software vai deixar o modo “exaustão” ligado no máximo o maior tempo possível.
Enquanto tudo estiver bem, o software vai rodar no modo “energy saving”. Mas uma hora, o animal vai começar a ficar com pouca energia, então o software vai lá e roda o programa “fome” até que ela sobreponha o modo “exaustão”.
Os genes precisam que o animal se mantenha vivo. Então, roda o programa “medo” quando pressente perigo, e o programa “dor” para punir qualquer ação que ameace a sua integridade.
Agora, para garantir a sua perpetuação, os genes garantem que o programa mais potente do sistema é o programa “tesão”, e sempre que possível ele vai ser ativado ao máximo.
E é essa sucessão de modos de atividade moldou, ao longo da evolução, todas as formas de vida animal que conhecemos: a vida selvagem.
Essa sistemática da vida selvagem é extremamente estressante para os animais envolvidos. Como sabemos, os recursos são finitos na vida selvagem – água finita, comida finita, abrigo finito, parceiros sexuais finitos. Uma espécie, quando prospera, quase sempre o faz às custas de uma outra espécie se dando mal. Logo, é uma vida resumida a evitar, o tempo todo, servir de comida para um predador maior, e no tempo que sobrar tentar se reproduzir independente das condições do ambiente. Uma vida de merda.
Para os genes, esse sofrimento é só mais uma ferramenta útil para garantir a sua perpetuidade, por isso a vida selvagem é repleta de sofrimento. Genes não têm princípios, então a vida selvagem não atende aos conceitos de certo ou errado, de justiça, de direitos. É cada um por si, tentando se sair o melhor possível, custe o que custar, nesse jogo que não faz sentido nenhum.
Aliás, as coisas costumavam ser assim. Até que um punhado de macacos, no meio da savana, resolveu inovar e desenvolver um mega upgrade no software, que nunca tinha sido tentado antes:
Super inteligência.
Epa! E agora?
Segue na #pt3
A História da nossa Consciência, pt. 1
Você não tem ideia da quantidade de besteira que faz só pelo simples fato de ser um macaco. Só que tem muita, muita história nesse meio caminho até a gente chegar nesse ponto. Então, vamos começar A GRANDE THREAD – A história da Consciência Humana.
Pt #1 – afinal, o que somos nós?
Ok, a gente tenta de todas as formas esquecer que somos macacos, mas problema não é nem que sejamos macacos. O mundo animal não é realmente um mundo animal.
O mundo, na verdade, é apenas uma grandecíssima sopa de threads genéticas, onde cada um desses threads (genes) tem por único propósito batalhar pela imortalidade.
Em um universo que tende a transformar a ordem em caos sempre que possível, a imortalidade de qualquer coisa é uma batalha homérica, imagina a imortalidade de um pedacinho minúsculo de informação genética.
A maioria das cadeias de genes da Terra não dura muito, e os genes que não foram talentosos o suficiente para se dar bem no jogo da imortalidade são destruídos bem rapidinho.
Os genes que persistem até os dias de hoje na Terra hoje são verdadeiros milagres de motivação e de talento, porque olha, são quase quatro bilhões de anos de batalha para cada um deles, e contando.
Nós, animais, somos apenas um truquezinho que esses genes vencedores inventaram – somos apenas veículos efêmeros projetados para transportá-los e ajudá-los a permanecer imortais. Se os genes pudessem falar com a gente, seria nesses termos:
Olha aqui, você existe apenas permanecer vivo e funcional por tempo suficiente para criar um novo animalzinho para passar a gente adiante. Tendo feito isso, você não serve para mais nada, então morra, diabo.
Mas, já que os genes não conseguem falar com a gente, eles inventaram uma forma de garantir que nós sigamos essas informações à risca: o Software de Sobrevivência Animal.
Em animais simples, o software é automatizado, e executa o animal por instinto. Em animais complexos, tipo nós, o software inclui uma série de sentimentos – ferramentas de manipulação de comportamento de nível superior de manipulações de emoções!!!!!
Ao manipular os sentimentos do animal, o software garante que o tempo todo os objetivos desse animal e os objetivos dos genes que comandam o software permaneçam perfeitamente alinhados. A merda é que nem sempre (quase nunca) nossos objetivos coincidem com os dos nossos genes.
Segue na pt #2.