Ao manipular os sentimentos do animal, o Software de Sobrevivência Animal garante que ele trabalhe sempre em direção dos objetivos dos seus genes.
Os genes precisam que o animal conserve o máximo de energia que ele puder, então o software vai deixar o modo “exaustão” ligado no máximo o maior tempo possível.
Enquanto tudo estiver bem, o software vai rodar no modo “energy saving”. Mas uma hora, o animal vai começar a ficar com pouca energia, então o software vai lá e roda o programa “fome” até que ela sobreponha o modo “exaustão”.
Os genes precisam que o animal se mantenha vivo. Então, roda o programa “medo” quando pressente perigo, e o programa “dor” para punir qualquer ação que ameace a sua integridade.
Agora, para garantir a sua perpetuação, os genes garantem que o programa mais potente do sistema é o programa “tesão”, e sempre que possível ele vai ser ativado ao máximo.
E é essa sucessão de modos de atividade moldou, ao longo da evolução, todas as formas de vida animal que conhecemos: a vida selvagem.
Essa sistemática da vida selvagem é extremamente estressante para os animais envolvidos. Como sabemos, os recursos são finitos na vida selvagem – água finita, comida finita, abrigo finito, parceiros sexuais finitos. Uma espécie, quando prospera, quase sempre o faz às custas de uma outra espécie se dando mal. Logo, é uma vida resumida a evitar, o tempo todo, servir de comida para um predador maior, e no tempo que sobrar tentar se reproduzir independente das condições do ambiente. Uma vida de merda.
Para os genes, esse sofrimento é só mais uma ferramenta útil para garantir a sua perpetuidade, por isso a vida selvagem é repleta de sofrimento. Genes não têm princípios, então a vida selvagem não atende aos conceitos de certo ou errado, de justiça, de direitos. É cada um por si, tentando se sair o melhor possível, custe o que custar, nesse jogo que não faz sentido nenhum.
Aliás, as coisas costumavam ser assim. Até que um punhado de macacos, no meio da savana, resolveu inovar e desenvolver um mega upgrade no software, que nunca tinha sido tentado antes:
Super inteligência.
Epa! E agora?
Segue na #pt3